sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Literaturando por um "hoje" melhor.



O autor consagrado de hoje será o Caio Fernando Loureiro de Abreu, mais conhecido como Caio F Abreu em suas assinaturas. Nascido em 12 de setembro de 1948 e falecido em 25 de fevereiro de 1996, tendo vivido 47 anos, é apontado como um dos expoentes de sua geração e sem dúvidas alguma um marco na literatura contemporânea. A escrita do autor segue o estilo simples, uma linguagem coloquial e muito bem arquitetada. Os temas de maior abordagem são: medo, solidão, angustia e casos de romance (sempre abusando da dramaturgia e da sensibilidade). O autor cursou as faculdades de Letras e Artes Cênicas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), porém abandonou ambos os cursos para trabalhar como jornalista de revistas de entretenimento.
Caio Fernando Abreu passou por um momento de perseguição em 1968 por parte do Departamento de Ordem Política e Social, sendo assim, refugiou-se na casa de uma amiga também escritora em Campinas – SP. Passado dois anos, ele parte para a Europa com o objetivo de exilar-se. Em 1974, retorna ao Brasil. Idas e vindas, em 1994 após ter regressado da França, eis que o autor recebe a triste notícia de que teria contraído HIV. Ele era declaradamente homossexual em plena época da Ditadura Militar no Brasil. Houve um tempo em que ele teria dedicado o seu tempo à jardinagem, cuidando de roseiras. Atitude tal que nos demonstra o brilho de sua alma poética.
A literatura de Caio é sem dúvida cheia de marcas, cheia de histórias de leitores que se identificam e as tomam para si. Segundo sua perspectiva literária, a vida deve ser buscada continuamente. O seu primeiro romance, Limite branco (1970), relata a angústia diante do devir e a morte como certeza de jornada.
O modo cinzento e a busca inquietante pela felicidade vivida por seus personagens fazem com que o seu nome e os seus contos sejam lidos e admirados por muitos jovens. Seu nome está vivo nas redes sociais, e suas palavras e seus “morangos mofados” trazem um sabor especial à vida de muitos leitores sedentos pela genialidade do autor.

   


"Uma vez eu disse que a nossa diferença fundamental é que você era capaz apenas de viver as superfícies, enquanto eu era capaz de ir ao mais fundo, você riu porque eu dizia que não era cantando desvairadamente até ficar rouca que você ia conseguir saber alguma coisa a respeito de si própria, mas sabe, você tinha razão em rir daquele jeito porque eu também não tinha me dado conta de que enquanto ia dizendo aquelas coisas eu também cantava desvairadamente"
Caio F Abreu

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