quinta-feira, 7 de janeiro de 2016

Um de Charlie Hebdo: O que mudou?

Uma das maravilhas de se viver num país democrático é ter valorizadas suas liberdades individuais, em especial, no contexto da publicação, a de livre trânsito de ideias. Porém, é necessário que exista um limite para que a manifestação de sua opinião não beire a aversão ao diferente e que abra precedentes para manifestações extremadas daqueles que sofrem qualquer tipo de preconceito.
Há exatos 365, dois irmão abriram fogo contra a redação de um semanário de pouca veiculação e que, mesmo assim, matou os principais cartunistas da França e os responsáveis pela publicações de gosto duvidoso do Charlie Hebdo. Desde então, o Charlie, tornou-se mundialmente conhecido por causa da catástrofe. E a pergunta é a seguinte: O que mudou desde então?
A resposta para essa pergunta é tão tenebrosa quanto ao acontecimento de 7 de janeiro de 2105. Absolutamente nada mudou desde o atentado terrorista, nada. O ataque dos radicais serviu para mostrar também, que o Daesh iniciaria sua onde de terror além das fronteiras da Síria e Iraque.
A França é o principal receptáculo e de moradia fixa para a população de religião islâmica na Europa. Estima-se que quase 50% dos islâmicos na Europa residam na França, tendo em Paris sua concentração.
A população francesa vê os nos islâmicos uma ameaça para sua cultura e tradição política, é um conflito com caráter nacionalista que acaba cindindo o país e levando insegurança a população de uma forma geral, uma vez que extremismos podem partir dos dois lados.
O atentado de 13 de novembro veio apenas para confirmar que os islâmicos continuam e continuarão marginalizados na França e nos demais países europeus, em especial aqueles que a extrema-direita está no comando, como é o caso dos países do leste europeu.
As medidas adotadas pelo governo francês de reforçar a segurança interna e atacar o Daesh são improdutivas porque reafirmam o fato dos muçulmanos serem vistos como violentos(terroristas) e não anulam a hipótese de novos atos terroristas. A maioria da população francesa se mostra indiferente, como um todo, e mantém sua contrariedade  ao mundo islâmico.
Je suis Charlie apenas em solidariedade as vidas perdidas , porém je ne suis Charlie porque editoriais como esse fomentam os preconceitos e abrem espaço para atitudes impensadas.



0 comentários:

Postar um comentário